Ultimamente tenho tido idéias, mas não tenho conseguido expressá-las. Ando meio perdido.

Quando isto acontecer pegue qualquer um… qualquer mesmo… pedaço de papel. Serve guardanapo, saco de pão, pedaço de caixa… escreva na palma da mão… peça para alguém ajudar a lembrar, use um gravador. O melhor momento para anotar uma idéia, mesmo quando a gente acorda de madrugada, “sonado”, é no momento em que você teve a idéia. Naquele instante. Caso contrário a coisa passa.

Só de brincadeira, guardei algumas anotações que fiz em um rolo de máquina de calcular, daquelas antigas. Não tinha nada por perto… é verdade que também não tinha ninguém olhando… e fui anotando, anotando, quase o rolo inteiro. Quando cheguei em casa minha esposa ficou olhando aqueles sete metros de tira de papel inteiro rabiscado, dos dois lados e só deu uma risadinha. Ela me conhece.

Ela mesma já me ajudou a recordar de algumas idéias quando simplesmente não era possível anotar (sei lá, funeral, batismo, casamento, audiência). Independente da forma, o que importa é o resultado. Aquela tira de papel de máquina de calcular virou um livro (Revessa).

Algumas dessas idéias que saem assim, de roldão, vão ser descartadas. Outras você vai usar. E não importa se na hora sai um monte de frases desconexas. Vá anotando. Vá desenvolvendo. Às vezes um perfil de personagem fica misturado com um pedaço do enredo e assim por diante. Mas deixe claro “o que” é “o que”. Caso contrário dentro de uma semana nem os santos vão entender o que você escreveu. Isto também já aconteceu comigo.

Mas, independente de onde se anote idéias, cenas, perfis e conceitos não existe fórmula “para por para fora” as idéias. A melhor que eu conheço é anotar. E ir refinando as coisas com o tempo. Com prática as idéias vão saindo mais acabadas, prontas, refinadas e você já descarta de cara os temas que tem certeza que não vai aproveitar.