Desculpe a ousadia.

Ousadia de que? De conversar com um cara que quer a mesma coisa que você? Concebemos Manual de Sobrevivência do Novo Escritor e a sua evolução natural, o Parágrafo, para justamente poder trocar idéias com pessoa como você. Tenho imenso prazer. Entre em contato todas as vezes que desejar.

Se às vezes não consigo responder em tempo é que as obrigações do dia-a-dia me impedem, mas saiba que você é bem-vindo!

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Já pensei até em simplesmente digitar no Word e deixar lá, no cantinho, e depois ver o que eu faria.

Este pode ser um começo. Mas pense assim: o que EXATAMENTE você deseja escrever? Um conto? Uma biografia? Romancear suas experiências? Acho que este é o começo. Escrever um romance é um projeto. Tem que planejar. Esta história que a gente ouve às vezes de um escritor dizer…”há… sei lá… minhas personagens têm vida própria… eu só escrevo” isto é bobagem. Isto é falta de profissionalismo. Perda de tempo. Assim, escrever no Word pode ser um começo para colocar suas idéias em ordem. Mas depois de escrever, não deixe no cantinho. Toque adiante. Às vezes é difícil. Muito difícil.

Gostaria tanto de colocar minhas experiências no papel. Não que a minha vida seja tão importante mas tenho algumas coisas para colocar para fora e não sei como fazer.

Sua vida é importante pois é única. Mas ser única e interessante não é tudo. Ela precisa ser colocada no papel de forma atraente. Lembre sempre que, independente do tema ou do estilo, quando seu livro estiver pronto, registrado, diagramado, impresso, distribuído e tiver chegado nas prateleiras das livrarias, os leitores ainda vão ter que compra-lo. Quando o livro estiver na casa do seu leitor estará concorrendo pela atenção do seu público com o Faustão, Gugu Liberato, Silvio Santos, Fantástico, Adriane Galisteu e outras tantas centenas de bobagens. É destas “anomalias” que precisamos resgatar os leitores para que eles leiam nossos livros.

Pode me explicar como tenho que fazer para conseguir expressar minhas idéias e criações?

Não podemos confundir criatividade, técnica, experiência, cultura e bom senso. São coisas diferentes. Mas saiba que você vai usar todas elas quando for escrever. A idéia, aquele flash criativo, a inspiração, ocorre em décimos de segundo. É deflagrada por uma memória, uma cena, algo que você está lendo, um filme, um comentário, uma notícia, um fragmento do que você ouviu no ônibus. Depois disso é só escrever. Como Neruda dizia, “escrever é fácil, começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final… no meio você coloca as idéias”. E preencher este “meio” que o Neruda menciona, significa suar a camisa. Trabalhar.

Raciocine comigo: qual é a maior redação que você já escreveu? Qual foi o maior trabalho que você produziu para a escola, faculdade ou para o seu trabalho? Quantas páginas tinha este texto? Uma monografia de final de curso superior tem em torno de umas 100 a 150 páginas. Uma monografia de pós-graduação é mais profunda mas no entanto menor em extensão. Uma dissertação de mestrado talvez chegue a umas 200 páginas. Uma tese de doutorado passa disto.

Mas pense que se uma redação tem normalmente em torno de 15 linhas manuscritas, uma página de livro tem em torno de 2.100 toques. Multiplique isto por um livro de 300 páginas e você terá 630.000 toques em um livro. Se considerar que um terço do livro é “mexido” (editado) em revisões, cortes, etc, você terá um trabalho que envolveu 840.000 toques. Acredite, você não deseja ficar perdido no meio de tudo isto. Tem que ter disciplina, tem que ter planejamento. Caso contrário é perda de tempo.