Com a fantasia, liberte sua voz das inibições e deixe suas memórias se revelarem.
Mesmo que hoje em dia você não brinque o carnaval como quando era criança… mesmo que nunca tenha brincado… mesmo que hoje em dia tenha adotado a tradição do Halloween ou, em algum momento da sua infância, tenha se fantasiado para uma festa junina ou peça de teatro na escola… Vamos combinar a idéia emprestada do teatro grego, colocar uma máscara e escrever do ponto de vista desta persona. Seja através da máscara do pierot, da columbina, do gênio da lâmpada maravilhosa, da princesa, do homem aranha ou do índio, certamente diríamos coisas que jamais teríamos coragem de expressar sem ela.
Pense naquela fantasia que usou quando criança. Lembre-se da textura do tecido, dos botões, da palha do chapéu que coçava a cabeça e fazia você espirrar, da purpurina, dos paetês que viviam descolando à medida que brincava… lembre-se do clima naquele dia, do calor, do suor… lembre-se das pessoas que encontrou…Agora pense em algo que estava em sua mente naquele dia: estar em falta com um amigo, uma paixão por um artista de novela, medo da possível separação dos seus pais, notas ruins na escola, o fato de ser novo na vizinhança. Faça isso para despertar o ambiente emocional que viveu naquela época.Fale através da voz desta personagem que viveu naquele carnaval ou naquela festa junina. Imagine que esta personagem retorna para visitá-lo depois de tantos anos e que se diverte conversando com você.
Comece criando um título que comunique claramente a ocasião do enredo. Este título deverá deixar claro quem, quando e de onde está falando.
Comece o diálogo com a personagem dirigindo a palavra a você, fazendo com que se lembre dos detalhes daquela ocasião, trazendo à memória objetos ou fatos ocorridos.
Descreva a fantasia com detalhes, para que você realmente reviva a personagem. Use os seus cinco sentidos para relatar os detalhes da ocasião.
Enquanto você prepara o clima para uma viagem ao passado, seu inconsciente infundirá as palavras da sua personagem com riqueza emocional. À medida que escrever, imagine sua fantasia falando com você. Visualize-se na presença da fantasia e escute à medida que ela fala.
Você pode dialogar com a fantasia ou apenas escutá-la, mas ao término do exercício você terá criado um relato interessante de suas memórias, desinibindo sua voz como escritor, relatando algo que você realmente conhece, através de uma personagem de ficção.
» Dicas Rápidas:
– Lembre-se de uma memorável fantasia de carnaval da sua infância.
– Pense no que você tinha em mente naquele dia.
– Tente se lembrar dos detalhes.
– Imagine esta personagem fantasiada retornando depois de todos estes anos.
– O que ela partilha com você?
– Crie um título para esse momento e para o que ele transmite.
– À medida que escreve, imagine vividamente o diálogo e a interação entre você e a personagem.